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A tatuagem ao contrário do que se possa pensar não é um produto cultural recente .Desde os tempos remotos que o Homem imprime no seu corpo pinturas e símbolos referentes à sua cultura. Seja por religião, vaidade ou estatuto social ,o acto de gravar no corpo, continua a ser ainda hoje um ritual como forma de sacrifício e socialização.Especula-se que as tatuagens  tenham suas origens no antigo Egipto onde tatuar consistia em inserir um pouco de tinta à base de vegetais logo abaixo da derme, através de uma haste de osso afiada na ponta. Por ter sido a mais desenvolvida sociedade de sua épca e por ter tido contactos constantes  com Creta, Grécia e Arábia, aarte egípcia pode ter-se disseminado pelo resto do Mundo através das rotas comerciais.

  No Egipto, tatuar tinha um significado altamente religioso. Foram encontradas múmias com cerca de 5000 anos com marcas em todo o corpo. a mais importante delas, a sacerdotisa AMUNET , possuía vários traços e pontos gravados nas pernas, colo e braços como símbolo de fertilidade e longevidade. Misteriosamente povos relativamente isolados como os Polinésios, Maias ,Astecas e os bárbaros da Europa, também desenvolveram os seus próprios estilos de tatuagem. a técnica pouco variava, mas os desenhos e motivos das pinturas eram singulares em cada cultura.

 Para os Samoanos, o acto de pintar o corpo marcava a passagem da infância para a maioridade. enquanto não fosse marcado, o membro por mais velho que fosse, não teria voz numa roda de adultos, nem permissão para tomar uma esposa para si. A tatuagem também funcionava como instrumento de ascensão social. Quanto mais tatuado fosse mais alto seria o seu estatuto na tribo.

 No Japão feudal acontecia exatamente o contrário, as tatuagens eram usadas como forma de punição tornando-se sinónimo de criminalidade. Para o japonês muito preocupado com a sua posição na sociedade, ser tatuado seria pior que a morte. Mas a era TOKUGAWA , época de intensa repressão, ser criminoso se tornou sinónimo de resistência popularizando a tatuagem. Foi nessa época que surgiu YAKUZA ,a máfia japonesa cujos membros têm o corpo tatuado em sinal de lealdade e sacrifício à organização, simbolizando a sua oposição ao regime.

 Na América, tanto as tribos indígenas dos EUA, como as civilizações Maias, Astecas eram praticantes da tatuagem. Para os indíos Sioux, tatuar seria como a expressão religiosa e mágica. Eles acreditavam que após a morte, uma divindade aguardava a chegada da alma e exigia ver as tatuagens do índio para lhe dar passagem ao paraíso. Devido à colonização tanto a tradição foi esquecida, tal como os registos históricos foram perdidos deixando uma grande lacuna na história americana. Em 787 D.C. a igreja católica alegou que a prática estava associada à supertição e paganismo, proibindo a mesma. Até ao fim da idade média esta tornou-se uma prática quase esquecida, voltando a ser relembrada com as grandes navegações e descobrimentos.

 Em 1691, um príncipe das Filipinas feito escravo, foi trazido para Londres como uma atração pois estava tatuado da cabeça aos pés. O seu nome era Giolo e foi o 1º contacto dos europeus com a tatuagem séculos após a sua proibição. No final do sé XIX, a febre da tatuagem espalhou-se na Inglaterra como em nenhum País da Europa devido aos marinheiros se tatuarem.

Vários elementos da sociedade inglesa inclusivé o rei Edward VII tornaram-se adeptos à tattoo, como passou a ser chamada essa prática. Mas mesmo com a realeza a ser tatuada, psicólogos e advogados insistiam em associar o ato de tatuar à criminalidadee marginalidade, outros como uma tendência à homossexualidade existindo a discriminizção até hoje.

História da Tatuagem

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